economia – Causa & Feito https://causaefeito.pt/en Consultoria de Gestão Wed, 10 Feb 2021 11:40:30 +0000 en-GB hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.1.6 https://causaefeito.pt/wp-content/uploads/2020/11/cropped-Causa-e-Feito-150x150.png economia – Causa & Feito https://causaefeito.pt/en 32 32 Artigo de Opinião Jornal Sol – Partner António Nina https://causaefeito.pt/en/opiniao/artigo-de-opiniao-jornal-sol-partner-antonio-nina/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=artigo-de-opiniao-jornal-sol-partner-antonio-nina https://causaefeito.pt/en/opiniao/artigo-de-opiniao-jornal-sol-partner-antonio-nina/#respond Thu, 22 Oct 2020 15:57:33 +0000 https://causaefeito.blog/?p=2667

OE 2021 – Análise na ótica das empresas

Artigo de António Nina – Partner Causa & Feito

OE 2021 – Análise na ótica das empresas

No cenário da atual pandemia, agora agravado pela declaração de calamidade, o Orçamento de Estado para 2021 carrega um efeito de imprevisibilidade significativo sobre as variáveis macroeconómicas, com reflexos no défice e na dívida públicos.
Notando a preocupação no reforço das respostas sociais, reflexo das exigências do apoio parlamentar necessário à sua aprovação, é importante não esquecer que a redistribuição de rendimentos depende da criação da riqueza gerada pelo tecido empresarial e a manutenção de emprego apenas é possível com empresas rentáveis e competitivas. É nesta ótica que me proponho a fazer uma breve análise da Proposta de Orçamento de Estado.
Em junho deste ano, e no âmbito das medidas governamentais de apoio à dinamização económica, foi criado o PEES – Programa de Estabilização Económica e Social, do qual destaco as seguintes medidas com impacto ao nível das empresas: o PEVE – Processo Extraordinário de Viabilização de Empresas, programa de caráter excecional e temporário que permitirá que empresas viáveis, mas prejudicadas pela covid-19, possam recorrer a um mecanismo rápido de reestruturação; a criação do Banco Português de Fomento, prevendo-se a sua participação em operações de capitalização de empresas viáveis com elevado potencial de crescimento, em setores estratégicos e com orientação para mercados externos; e, por último, a transmissibilidade de prejuízos fiscais nas aquisições de participações sociais de PME que, em 2020, tenham passado a ser consideradas ‘empresas em dificuldades’, procurando-se fomentar pela via fiscal operações de concentração e aquisição.

O PEVE foi aprovado na generalidade no Parlamento em setembro, e tarda a sua publicação, prejudicando as expectativas das empresas quanto a um instrumento de revitalização que, certamente, lhes será importante. Quanto ao Banco de Fomento, cuja bandeira tem sido inúmeras vezes anunciada, os empresários ainda não entenderam o seu alcance prático e a forma como poderão financiar operações de concentração, reforçando a competitividade das suas empresas à escala internacional.
Em relação aos incentivos fiscais à concentração, não encontro qualquer referência nesta Proposta de Orçamento de Estado.
No cenário de imprevisibilidade em que nos encontramos, esperava que este orçamento já incluísse o Plano de Resiliência e Recuperação, gerindo as expectativas das empresas e dos empresários com a definição das prioridades de investimento e a aplicação criteriosa das subvenções a receber da Europa. Atendendo às especificidades do país, reconhecendo as debilidades do setor do turismo, o motor da criação de riqueza no país deverá incidir sobre a reindustrialização e no reforço da competitividade da produção industrial do setor exportador.

O tecido empresarial português necessita de investimentos em infraestruturas que se traduzam na diminuição dos custos de contexto para as empresas, com foco na redução do preço da energia e eficiência da logística, a par das necessárias e mediáticas transição digital e resposta aos desafios climáticos.

As empresas necessitam de investimento público que se traduza no acesso a uma justiça rápida e eficaz e na melhoria dos serviços da administração pública, tornando-a mais próxima e amiga das empresas.
É necessário intensificar a relação entre as universidades e as empresas, não só para as áreas sexy das novas tecnologias, mas também na transmissão do conhecimento que se traduza em novos produtos, métodos de fabrico e forma de relacionamento com os clientes em setores tradicionais.

Por fim, os apoios públicos aos investimentos privados deverão ser estrategicamente pensados numa lógica setorial (recuperando-se os estudos de Porter da década de 90?), apoiando e fomentando as concentrações de empresas lideradas por projetos de boa gestão, com o mérito de recuperar capacidade produtiva existente e o know-how de um emprego com conhecimento adquirido, em oposição à liquidação de ativos com perdas significativas de valor económico e social.
Os planos e as ideias existem. Falta é colocá-los em prática. E o Orçamento de Estado para 2021 não apresenta medidas que impactem positivamente nas empresas e nos empresários.

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Jornal Público – “IPSS salva 230 postos de trabalho com processo de revitalização inédito” https://causaefeito.pt/en/noticias/jornal-publico-ipss-salva-230-postos-de-trabalho-com-processo-de-revitalizacao-inedito/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=jornal-publico-ipss-salva-230-postos-de-trabalho-com-processo-de-revitalizacao-inedito https://causaefeito.pt/en/noticias/jornal-publico-ipss-salva-230-postos-de-trabalho-com-processo-de-revitalizacao-inedito/#respond Tue, 29 Sep 2020 18:33:14 +0000 https://causaefeito.blog/?p=2270

Jornal Público - "IPSS salva 230 postos de trabalho com
processo de revitalização inédito"

Mais um trabalho de equipa em que nos orgulhamos de contribuir com sucesso para que uma Instituição da Economia Social possa ultrapassar um momento de dificuldades e continuar a cumprir com a sua função social, algo tão importante nos tempos em que vivemos. 

IPSS salva 230 postos de trabalho com processo de revitalização inédito

Instituição que acumulou dívida de cinco milhões, mas vai manter postos de trabalho depois de ter visto aprovado “o primeiro Plano Especial de Revitalização do sector”, em Portugal, explica a direcção.

A Associação de Bem-Estar Infantil (ABEI) de Vila Franca de Xira é a primeira instituição particular de solidariedade social (IPSS) portuguesa a conseguir a aprovação de um Processo Especial de Revitalização (PER) que, ao abrigo da legislação, lhe vai permitir reestruturar serviços e sanear uma dívida que atingiu os cinco milhões de euros. O PER foi aprovado, esta semana, com 94 por cento de votos favoráveis dos cerca de 40 credores, entre os quais que se destacam várias entidades bancárias.

Fundada em Maio de 1975, a ABEI é uma das maiores instituições sociais do concelho de Vila Franca de Xira, com mais de 700 utentes em áreas tão distintas como o apoio à infância (creche e pré-escolar), acolhimento de crianças em risco e unidade de cuidados continuados (terceira-idade). Emprega cerca de 230 pessoas, mas atravessa, há mais de uma década, sérias dificuldades financeiras, que se agravaram nos últimos anos. A estratégia de crescimento, que levou à criação de sete equipamentos distintos, e a construção da sua unidade de cuidados continuados – e que obrigou a um investimento muito superior ao previsto devido às alterações legislativas – contribuiu para as dificuldades financeiras da ABEI.

Agora, a direcção da instituição realça a importância desta decisão tomada pela maioria dos credores, frisando que, com a aprovação deste plano de viabilização, a ABEI assume-se como “a primeira IPSS do país a usufruir do mecanismo de saneamento das suas dívidas através do PER – Processo Especial de Revitalização”. “Com uma dívida acumulada que ascende aos cinco milhões de euros, a ABEI recorreu a ferramentas normalmente utilizadas na gestão de empresas de topo para conseguir viabilizar o seu futuro, garantindo a continuidade da prestação dos serviços à comunidade e os postos de trabalho”, sublinham os seus responsáveis.

“Sabíamos desde o início que a situação não era fácil, por isso a encarámos com o realismo necessário, tomando medidas que permitissem desanuviar a situação económico-financeira a curto prazo e – a médio-longo prazo – dotar a instituição de uma gestão moderna e sustentável”, afirma Miguel Branco, presidente da direcção da ABEI desde Janeiro de 2019. “A responsabilidade é enorme, tendo em conta que mexe com a vida de muitas famílias, mas o potencial da ABEI e a qualidade do plano apresentado permitiram que este fosse aprovado. Conseguimos esta primeira vitória mantendo todos os colaboradores connosco”, salienta Miguel Branco. “É com a ajuda deles e de todas as famílias que confiam no nosso trabalho, que passamos à segunda etapa: pôr o plano em prática, tornando a ABEI sustentável para que respire vitalidade por muito mais décadas”, acrescenta.

Todo este processo de preparação e discussão do PER demorou cerca de ano e meio e o processo de revitalização recolheu um apoio largamente maioritário dos credores. Miguel Branco realça que “esta boa notícia”, alcançada numa fase particularmente difícil para as IPSS’s devido à pandemia, “chega a tempo de se poderem introduzir alterações ao modelo de gestão da instituição em função do que se prevê virem a ser as mudanças necessárias face à nova realidade provocada pela covid-19”.

Nesse sentido, o presidente da ABEI adianta que “o desafio passa também por alargar a resposta a mais famílias dentro da comunidade, nomeadamente com a prestação de novos serviços, alguns em parceria com a Câmara de Vila Franca de Xira (refeições escolares e prolongamentos – projecto “Escola a Tempo Inteiro”, etc)”.

A ABEI pretende, ainda, requalificar e rentabilizar alguns equipamentos que se encontram devolutos. “A ABEI passou por todo este processo sem realizar despedimentos, mantendo apertadas medidas de higiene e segurança quando do regresso das crianças à instituição após o desconfinamento e mantendo a Unidade de Saúde (Cuidados Continuados) isenta de qualquer caso de contaminação”, conclui Miguel Branco.

Fonte: Jornal Público

https://www.publico.pt/2020/08/28/local/noticia/ipss-salva-230-postos-trabalho-processo-revitalizacao-inedito-1929517

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Artigo de Opinião – Partner Jorge Calvete – revista “Vida Judiciária” https://causaefeito.pt/en/opiniao/artigo-de-opiniao-partner-jorge-calvete-revista-vida-judiciaria/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=artigo-de-opiniao-partner-jorge-calvete-revista-vida-judiciaria https://causaefeito.pt/en/opiniao/artigo-de-opiniao-partner-jorge-calvete-revista-vida-judiciaria/#respond Fri, 04 Sep 2020 17:16:00 +0000 https://causaefeito.blog/?p=2169

Artigo de Opinião – Partner Jorge Calvete – revista “Vida Judiciária”

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Reestruturar empresas em tempo de pandemia. Quais?

Que “os grandes navegadores devem a sua reputação aos temporais e tempestades” já sabíamos, mas estar em alto mar quando a tempestade cai é coisa bem diferente. É aí que estamos todos, as boas e as más empresas, os bons e os maus empresários, os bons e os maus projetos. Tal como na doença, também na vida empresarial, irão resistir os mais fortes, sendo que será sinónimo de capitalizado e estrategicamente bem posicionado. Presentemente, temos empresas e empresários “topo de gama” em grandes dificuldades, projetos saudáveis e negócios que foram geradoras de riqueza durante anos que de repente ficaram sem mercado e entraram em “default”, tudo devido a fatores incontroláveis em termos de futuro, com a quase certeza absoluta de que o tempo irá trazer a normalização do funcionamento do mercado. O tempo! Teremos então que distinguir quais as empresas que foram afetadas pelo vírus e que estavam saudáveis antes da pandemia das restantes, principalmente das crónicas devedoras que saltitam de reestruturação em reestruturação, sem nunca conseguirem cumprir o seu planeamento. Com todo o respeito que possam merecer e merecem estes empresários, entendo que não os podemos misturar com os que foram afetados por um vírus. A resolução do Conselho de Ministros 41/2020 já estabelece o lançamento de um processo extraordinário de viabilização de empresas, com carácter excecional e temporário, para empresas em situação de insolvência iminente decorrente da crise económica provocada pela pandemia. Vamos mesmo ter que perceber quais são as empresas afetadas e para tal temos que olhar para a informação contabilística, que nos permitirá perceber quais as empresas que, antes da pandemia, eram geradoras de lucro, criadoras de emprego, investiram, apresentavam estabilidade financeira com passivo controlado e eram cumpridoras com todos os seus credores. 

Esta parece ser a tarefa mais fácil. O sucesso das medidas de recuperação de empresas existentes ou a implementar vão depender sempre dos negócios que essas empresas desenvolverem e da riqueza que possam vir a criar, da capacidade dos seus gestores na reinvenção dos negócios e, claro, no capital de confiança que têm conquistado junto dos seus credores. Para recuperar, é necessário tempo, mas não sabemos quanto, e o tempo traduz-se em necessidade de capitalização: aqui abrem-se as possibilidades e nascem as oportunidades. Independentemente do texto das medidas judiciais de recuperação, as boas empresas têm que ser capitalizadas, seja através de suprimentos de capital, capital de risco, crédito tradicional, transformação de crédito em capital, desinvestimento em setores não “core ou várias medidas em simultâneo. As medidas enunciadas têm obrigatoriamente que ser apontadas às empresas e aos empresários que já demonstraram ter capacidade de gerar riqueza, principalmente a esses, e são esses que devem ser os primeiros a ser apoiados, pois sem esses vamos perder muitos mais empregos que os cerca de 200.000 que já perdemos. 

Jorge Calvete – Partner Causa & Feito

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Impacto económico mundial após Covid-19 https://causaefeito.pt/en/opiniao/impacto-economico-mundial-covid-19/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=impacto-economico-mundial-covid-19 https://causaefeito.pt/en/opiniao/impacto-economico-mundial-covid-19/#respond Sun, 01 Sep 2019 14:26:07 +0000 https://wpjelly.com/one/?p=84

Impacto económico mundial após Covid-19

Impacto económico mundial após Covid-19

A epidemia por COVID-19 está a influenciar drasticamente o comportamento dos negócios e do consumidor em grande escala. Tanto o setor público quanto o privado estão a esforçar-se para diminuir a propagação da doença e conter infeções por COVID-19. Embora as consequências económicas completas deste evento ainda não sejam claras, sabemos que os efeitos de que o vírus e as medidas drásticas que estão a ser tomadas para contê-lo, já estão a precipitar várias mudanças nos diversos setores da sociedade.

1.      Situação atual

A pandemia do COVID-19, que já infetou quase 5 milhões de pessoas em 148 países, resultando em mais de 300 mil mortes, tem o potencial de atingir uma grande proporção da população global. Algumas estimativas sugerem que 70% da população mundial pode ser infetada.

A crise já se transformou num choque económico afetando o mercado de trabalho, não apenas a oferta (produção de bens e serviços), mas também a demanda (consumo e investimento). As interrupções na produção, inicialmente na Ásia, espalharam-se pelas cadeias de fornecimento em todo o mundo. Todas as empresas, independentemente do tamanho, estão a enfrentar sérios desafios, especialmente as companhias aéreas, empresas de turismo e hotelaria, com uma ameaça real de declínios significativos nas receitas, insolvências e perda de empregos em setores específicos. A manutenção das operações comerciais será particularmente difícil para as pequenas e médias empresas. Após as proibições de viagens, o fecho de fronteiras e medidas de quarentena, muitos trabalhadores não podem ir para os seus locais de trabalho ou realizar os seus trabalhos, o que tem efeitos indiretos sobre o salário, principalmente para trabalhadores precários. Os consumidores em muitos países estão incapazes ou relutantes em comprar bens e serviços. Dado o atual ambiente de incerteza e medo, é provável que as empresas atrasem investimentos, compras de bens e contratação de trabalhadores.

As perspetivas para a economia e a quantidade e qualidade do emprego estão a deteriorar-se rapidamente. Embora as previsões atualizadas variem consideravelmente e subestimem a situação, todas elas apontam para um impacto negativo significativo na economia global. Estes números preocupantes mostram sinais crescentes de uma recessão económica global.

São necessárias respostas políticas rápidas e coordenadas a nível nacional e mundial, com forte liderança multilateral, para limitar os efeitos diretos de saúde do COVID-19 sobre os trabalhadores e as suas famílias, enquanto se mitigam as consequências económicas indiretas na economia mundial. Proteger os trabalhadores e as suas famílias do risco de infeção deve ser uma prioridade. Devem ser tomadas medidas para proteger aqueles que enfrentam perdas de salário por causa da infeção ou atividade económica reduzida, pois são essenciais para estimular a economia. A proteção de salários também atenua os desincentivos contra a divulgação de infeções em potencial, especialmente entre os grupos de trabalhadores de baixos rendimentos.

Também são necessárias reformas institucionais e políticas mais profundas para fortalecer a recuperação liderada pela demanda e criar resiliência por meio de sistemas robustos e universais de proteção social que podem atuar como estabilizadores económicos e sociais automáticos diante de crises. Isso também ajudará a restaurar a confiança nas instituições e governos.

 

2.      Impactos: Como o COVID-19 está a afetar o mundo do trabalho?

O COVID-19 terá uma influência muito grande a longo prazo nos resultados do mercado de trabalho. Além das preocupações urgentes com a saúde dos trabalhadores e das suas famílias, o vírus e os subsequentes choques económicos irão ter um enorme impacto sobre o mundo do trabalho em três dimensões principais:

A.      A quantidade de empregos (desemprego e subemprego);

B.      A qualidade do trabalho (por exemplo, salários e acesso à proteção social);

C.      Efeitos em grupos específicos que são mais vulneráveis a obter mercado de trabalho.

Também se espera que o subemprego aumente em larga escala. Como testemunhado em crises anteriores, o choque na demanda de trabalho provavelmente traduzir-se-á em significativos ajustes de queda nos salários e nas horas de trabalho. Embora o trabalho por conta própria normalmente não reaja às crises económicas, ele atua como uma opção “padrão” para a sobrevivência ou manutenção dos rendimentos – geralmente na economia informal. Por esse motivo, o emprego informal tende a aumentar durante as crises. No entanto, as limitações atuais no movimento de pessoas e bens podem restringir esse tipo de mecanismo.

O declínio na atividade económica e as restrições nos movimentos das pessoas estão a causar impacto nas indústrias e serviços. Os dados mais recentes mostram que o valor agregado total das empresas industriais na China diminuiu 13,5% durante os primeiros dois meses de 2020. As cadeias de fornecimento globais e regionais foram interrompidas. O setor de serviços, turismo, viagens e retalho são especialmente vulneráveis. Uma avaliação inicial do Conselho Mundial de Comércio e Turismo prevê um declínio nos fornecimentos internacionais de até 25% em 2020, o que colocaria milhares de empresas e milhões de empregos em risco.

Quem é particularmente vulnerável?

Epidemias e crises económicas podem ter um impacto desproporcional em certos segmentos da população, o que pode desencadear o agravamento da desigualdade. Com base na experiência passada e informações atuais sobre a pandemia do COVID-19 e informações de crises anteriores, vários grupos podem ser identificados:

·         Aqueles com condições de saúde precárias e idosos correm maior risco de desenvolver sérios problemas de saúde.

·         Os jovens, que já enfrentam taxas mais altas de desemprego e subemprego, são mais vulneráveis à queda da demanda de trabalho, como testemunhado durante a crise financeira global.

·         Os trabalhadores mais velhos também podem sofrer vulnerabilidades económicas. Após o surto de MERS, verificou-se que os trabalhadores mais velhos têm mais probabilidade do que indivíduos em idade pré-escolar de experimentar taxas mais altas de desemprego e subemprego, bem como diminuição das horas de trabalho.

·         As mulheres estão representadas em setores mais afetados (como serviços) ou em ocupações que estão na linha de frente de lidar com a pandemia (por exemplo, enfermeiras). Estima-se que 58,6% das mulheres empregadas trabalham no setor de serviços em todo o mundo, em comparação com 45,4% dos homens. As mulheres também têm menos acesso à proteção social e suportam um fardo desproporcional na economia de assistência, no caso de encerramento de escolas ou de serviços de assistência.

·         Trabalhadores desprotegidos, incluindo trabalhadores independentes, casuais e de trabalho precário, provavelmente serão afetados desproporcionalmente pelo vírus, pois não têm acesso a mecanismos de licença remunerada ou por doença e são menos protegidos por mecanismos convencionais de proteção social e outras formas de suavização de vencimentos.

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